O Mensageiro

A história de Castorino Augusto Rodrigues, o maçom que ajudou a fundar a GLUP

Dentre as muitas Lojas jurisdicionadas à Grande Loja Unida do Paraná (GLUP), uma delas carrega em seu nome a memória de um dos maçons mais respeitados da história recente da instituição: a A.R.L.S. Castorino Augusto Rodrigues. Mas quem foi, afinal, esse irmão que deixou uma marca tão profunda na Maçonaria e no Paraná?

Castorino Augusto Rodrigues nasceu em Sorocaba, no interior de São Paulo, no dia 29 de novembro de 1913. Filho de João Rodrigues Gatto e de Maria Augusta, cresceu em uma época de dificuldades, sem acesso a uma formação acadêmica completa. Em termos atuais, sequer chegou a concluir um grau equivalente ao ensino fundamental. No entanto, essa limitação jamais foi um obstáculo à sua dedicação ao saber. Pelo contrário, ele sempre valorizou intensamente a educação, a ponto de afirmar aos filhos que talvez não deixasse grandes bens materiais, mas que certamente lhes proporcionaria o melhor legado possível: o conhecimento.

Castorino tinha verdadeira paixão pelo aprendizado. Era um homem de curiosidade científica, racionalista por essência, que não se conformava com explicações superficiais ou soluções fáceis. Sua postura era marcada pela honestidade, discrição e integridade, não apenas em relação aos bens materiais, mas, sobretudo, às ideias. Fugindo da mesmice e da bajulação, não buscava promoção pessoal, mas sim o fortalecimento das instituições e dos valores que defendia.

Sua trajetória maçônica teve início em 12 de agosto de 1948, quando foi iniciado com o nome simbólico de Muriaé, na Loja Capitular Restauração Pernambucana, jurisdicionada ao Grande Oriente do Brasil (GOB), em Recife. Poucos meses depois, em 15 de novembro de 1948, foi elevado a Companheiro Maçom e, em 16 de fevereiro de 1949, alcançou o grau de Mestre Maçom.

Ao longo de sua caminhada, participou da fundação de diversas entidades maçônicas que hoje fazem parte da memória e da história do Paraná e do Brasil. Entre elas, destacam-se:

  • 25/07/1966 – LP General Clodomiro Nogueira;
  • 09/12/1968 – 1ª Região Litúrgica para o Paraná e Santa Catarina;
  • 14/08/1969 – Conselho Kadosh de Curitiba;
  • 09/11/1972 – Consistório dos Príncipes do Real Segredo;
  • 25/11/1975 – Loja Simbólica Juca Paranhos, em Rio Branco do Sul (PR);
  • 08/11/1976 – Associação Ermírio de Moraes;
  • 12/03/1981 – Lojas Simbólicas Cavaleiros da Amizade, Luiz do Oriente e Ricardo Negrão;
  • 20/03/1981 – Grande Loja Unida do Paraná.

Sua atuação também foi decisiva para o fortalecimento da infraestrutura maçônica no estado. Em 18 de junho de 1977, foi ele quem obteve o alvará para a construção do Templo da Loja Simbólica Juca Paranhos, em Rio Branco do Sul, um marco para os maçons da região.

Entre suas maiores realizações está a participação direta na fundação da Grande Loja Unida do Paraná, em 20 de março de 1981. A GLUP, que nasceu em Curitiba, consolidou-se ao longo das décadas como uma potência maçônica respeitada, e leva em seu DNA a dedicação e o trabalho de Castorino.

Após sua aposentadoria formal, em 1983, ele se dedicou integralmente à Maçonaria, aprofundando-se nos aspectos doutrinários da Ordem até o fim de sua vida. Faleceu em Curitiba, no dia 30 de maio de 1993, aos 79 anos.

Embora tenha sido um homem avesso à busca por homenagens e reconhecimento pessoal, seu nome permanece vivo não apenas na Loja que o reverencia, mas também na cidade de Curitiba, onde uma rua do bairro Cajuru leva sua denominação.

Castorino Augusto Rodrigues deixou um legado de ética, dedicação e amor ao conhecimento. Sua história inspira não apenas os maçons, mas todos aqueles que acreditam na educação, na integridade e na construção coletiva como caminhos para transformar a sociedade.

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